26 de fev. de 2014

Gêneros Textuais 9ª Série

                         
                            Professor Beto Paiva



                                           http://betopaiva2012.blogspot.com.br/



Como estudar para o Enem

O que você deve evitar na hora de estudar para o Enem


Não estude na frente da televisão

Há muitas pessoas que têm o hábito de estudar na frente da televisão e esse comportamento pode atrapalhar muitas pessoas e elas nem percebem. Antes de vermos os hábitos que podem ajudar na hora do estudo para o Enem devemos ver os que são ruins. Se você estuda e deixa a televisão ligada e consegue, tudo bem. Essas dicas são para as pessoas que são atrapalhadas por esse hábito. Fazer duas coisas ao mesmo tempo é quase impossível para a maioria das pessoas, você acaba se dispersando com alguma coisa na TV.

Não estude com a internet ligada

Hoje é quase impossível estudar e não usar a internet, mas o cuidado deve ser redobrado, a tentação de entrar nas redes sociais como o Facebook e começar a olhar as fotos dos amigos é muito grande, concorda? E quando você percebe já está batendo papo com um amigo e perdeu várias horas de seu precioso estudo. Evite entrar em redes sociais e sites de notícias também, a menos que as notícias ajudem nos seus estudos.

Não estude para o Enem com fome

Essa é uma dica primordial, pois há pessoas que iniciam seus estudos para o Enem e não se alimentam. O cérebro precisa de “força para trabalhar” e  só os alimentos que poderão dar-lhe. A alimentação deve ser leve, nunca se empanturre de comida, pois isso dá muito preguiça, afinal o estômago precisa de muita energia para digerir os alimentos. Fica a dica, faça uma alimentação leve antes de começar a estudar para o Enem.

Como estudar para o Enem

Agora sabendo das coisas que devem ser evitadas poderemos falar da forma que você poderá aproveitar mais seus estudos. Como já falamos, se você já tem suas “técnicas” de estudo e tem dado resultado, continue. As dicas são boas, vamos a elas.

Resolva todas as provas anteriores do Enem

Essa é uma dica fenomenal e que é seguida por poucos. Resolver as últimas provas do Enem vai ajudar-lhe a compreender a forma que as questões são cobradas e você estará aprendendo também de qualquer forma. Baixe todas as provas, faça a impressão de cada uma delas e resolva-as. Com certeza depois que você resolver cada uma delas sentirá a diferença, pense nisso.
  http://www.prounienem.com.br/como-estudar-para-o-enem/

20 de fev. de 2013

8º ANO


O poema a seguir trata do sentimento de amizade.

Meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa

presença
olhar
lembrançacalor

meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão
                        LEMINSKI, Paulo. Caprichos e relaxos. São Paulo, Brasiliense, 1983. p.86.

INTERPRETAÇÃO

1.Quantas estrofes e quantos versos tem o poema?
2. O poema tem rimas finais? Tem rimas internas?
3. A “presença” dos amigos que fica nas mãos do poeta marca – se por duas sensações: uma física e uma psicológica. Identifique – as.
4. É possível afirmar que os traços dessa presença são tão fortes que o poeta não consegue separá – los. Que recurso ele teve de empregar para expressar esse fato?
5. Na última estrofe, o poeta omite intencionalmente uma palavra que já ocorreu no texto. Qual palavra?
6. A palavra mão tem muitos significados em português. Atribua a ela um significado adequado em cada frase:
a) Tinha ótima mão para cerâmica.
b) O poder passou às mãos da oposição.
c) Cuidado! Esta rua não dá mão à esquerda!
d) Acho que esta sua redação tem mão de seu pai…

RESPOSTAS

1.Três estrofes; onze versos
2.Rima final, só na última estrofe: dão/mão. Rimas internas: dão/mão (1ª estrofe); presença/lembrança(calor) (2ª estrofe)
3.Física: calor; psicológica: lembrança
4.Um substantivo composto: lembrançacalor.
5 Mão, no segundo verso.
6.
a) habilidade, destreza
b) controle
c) Sentido em que um veículo deve transitar
d) influência, intervenção

http://www.momentocerto.com.br/exercicios-de-portugues/interpretacao-poema-8%C2%AA-serie-9%C2%BA-ano/

9º ANO



VISITA

        Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
        Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
        Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
         Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.

GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89


1 - Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.


2 - O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.


3 - A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.


4 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição


5 - A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.

6 - Com base na leitura do texto pode-se concluir que a questão central é
a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
b) a saudade dos amigos de infância
c) a vida pacifica da grande cidade.
d) a preocupação com a proteção aos animais.
e) o cuidado que se deve ter com todos os insetos.

7 – Não se deu destaque a uma oração coordenada na opção:

A) Censura teus amigos em particular e elogia-os em público
B) O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
C) Prega bem quem vive bem.
D) Me empenhei muito, pois queria vencer na competição.
E) Comprei vários quadros e artesanatos também.

8 - Assinale a alternativa em que a associação está correta:

I. Deus fez a luz; depois criou a natureza e, finalmente, formou o homem.
II. Se quiseres vencer na vida, cultiva a paciência e segue a lei do Amor.
III. Conheci um grande amigo!

A - Período composto por coordenação.
B - Período simples.
A) I-A; II-B; III-A
B) I-B; II-A; III-B
C) I-A; II-A; III-B
D) I-B; II-B; III-A
E) I-A; II-A; III-A


9 - Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido:

1. Correu demais, _______ caiu.
2. Dormiu mal, _______ os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, _______ a alma é imortal.
4. Leu o livro, _______ é capaz de descrever as personagens com detalhes.
5. Guarde seus pertences, _______ podem servir mais tarde.

A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto
B) por isso, porque, mas, portanto, que
C) logo, porém, pois, porque, mas
D) por isso, porque, e, porém, mas
E) pois, porém, pois, porém, contudo


10 -  Analise sintaticamente a oração em destaque:
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompensados.”(Machado de Assis)

A)  oração coordenada assindética
B)  oração coordenada sindética adversativa
C)  oração coordenada sindética aditiva
D)  oração coordenada sindética conclusiva
E)  oração coordenada sindética explicativa

GABARITO 
1 – C / 2 – B  /  3 – A  /  4 – E  /  5 – D  /  6 – A  /  7 – C  /  8 – C  /  9 – B  /  10 – E



QUÍMICA DA DIGESTÃO

     Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não podemos tirar energia da luz do sol para viver, como os vegetais, essa energia usada pelo nosso organismo vem das reações químicas que acontecem nas nossas células.
     Podemos nos comparar a uma fábrica que funciona 24 horas por dia. Vivemos fazendo e refazendo os materiais de nossas células. Quando andamos, cantamos, pensamos, trabalhamos ou brincamos, estamos consumindo energia química gerada pelo nosso próprio organismo. E o nosso combustível vem dos alimentos que comemos.
     No motor do carro, por exemplo, a gasolina ou o álcool misturam-se com o ar, produzindo uma combustão, que é uma reação química entre o combustível e o oxigênio do ar. Do mesmo modo, nas células do nosso organismo, os alimentos reagem com o oxigênio para produzir energia. No nosso corpo, os organismos são transformados nos seus componentes mais simples, equivalentes à gasolina ou ao álcool, e, portanto, mais fáceis de queimar. O processo se faz através de um grande número de reações químicas que começam a se produzir na boca, seguem no estômago e acabam nos intestinos. As substâncias presentes nesses alimentos são decompostas pelos fermentos digestivos e se transformam em substâncias orgânicas mais simples. Daí esses componentes são transportados pelo sangue até as células. Tudo isso também consome energia.
     A energia necessária para todas essas transformações é produzida pela reação química entre esses componentes mais simples, que são o nosso combustível e o oxigênio do ar. Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem chamas, que se faz dentro de pequenas formações que existem nas células, as mitocôndrias, que são nossas verdadeiras usinas de energia.

1 -  O texto afirma que o nosso corpo pode ser comparado a uma fábrica porque

a) reage quimicamente pela combustão.
b) move-se a base de gasolina ou álcool.
c) produz energia a partir dos alimentos.
d) utiliza oxigênio como combustível.
e) Funciona 22 horas por dia.

2 - “Tudo isso também consome energia” (3º parágrafo ) No trecho, a expressão em destaque  se refere a

a) Fermentos digestivos..
b) combustíveis.
c) reações químicas.
d) usinas de energia.
e) energia.

3 – Depois de processadas pelos fermentos digestivos, as substâncias são levadas para

a) a boca.
b) as células.
c) o estômago.
d) os intestinos.
e) o esôfago.

4 - As mitocôndrias são essenciais para o funcionamento do nosso corpo porque são responsáveis por

a) digerir os alimentos.
b) produzir energia.
c) renovar as células.
d) transportar o oxigênio.
e) limpar nosso sangue.

5 - Este texto pode ser considerado um artigo de divulgação científica porque apresenta:

a) explicação detalhada sobre um acontecimento recente.
b) expressões coloquiais para exemplificar o processo da digestão.
c) linguagem figurada para descrever o processo de combustão.
d) vocabulário técnico para explicar a química da digestão.
e) uma explicação muito complexa.

6 – O texto trata

a) da constituição do aparelho digestivo.
b) da digestão como  fonte de energia.
c) dos cuidados para uma boa alimentação.
d) dos elementos que compõem o corpo humano.
e) do processo da degustação.

7 - (UNIV. FEDERAL MARANHÃO) O verbo da oração:”Os pesquisadores orientarão os alunos.”  terá, na voz passiva, a forma:

a) haverão de orientar
b) haviam orientado
c) orientaram-se
d) terão orientado
e) serão orientados

8 - Indique a alternativa cujo termo destacado é agente da passiva.

a) Os cupins resolvem complicados problemas de ventilação.
b) Algumas doenças são causadas pelos insetos.
c) Alguns insetos cortam e mastigam sua comida.
d) Complicados problemas são resolvidos pelos cupins.
e) As formigas trabalham todo o tempo.

9 - Leia a oração: “ Divulgou-se muito, na época, a manifestação dos caras-pintadas”.
Em que voz se encontra o verbo da oração?
a) Passiva sintética
b) Passiva analítica
c) Ativa
d) reflexiva
e) Passiva

10 - Assinale a alternativa CORRETA com relação à concordância verbal.

a) Quais de vocês cometeu o maior pecado?
b) Fui eu que pagou as despesas.
c) Falta três segundos para o término da partida.
d) Mais de cem pessoas foi testemunha do assalto.
e)  Ela ficou meio confusa ao ouvir a notícia.

GABARITO

1 – C / 2 -  C  / 3 – B / 4 – B / 5 – D / 6 – B / 7 – E / 8 – D / 9 – A / 10 - E
















19 de fev. de 2013

Carlos Drummond de Andrade

Desejo a você... 
Fruto do mato 
Cheiro de jardim 
Namoro no portão 
Domingo sem chuva 
Segunda sem mau humor 
Sábado com seu amor 
Ouvir uma palavra amável 
Ter uma surpresa agradável 
Noite de lua Cheia 
Rever uma velha amizade 
Ter fé em Deus 
Não ter que ouvir a palavra não 
Nem nunca, nem jamais e adeus. 
Rir como criança 
Ouvir canto de passarinho 
Escrever um poema de Amor 
Que nunca será rasgado 
Formar um par ideal 
Tomar banho de cachoeira 
Aprender uma nova canção 
Esperar alguém na estação 
Queijo com goiabada 
Pôr-do-Sol na roça 
Uma festa 
Um violão 
Uma seresta 
Recordar um amor antigo 
Ter um ombro sempre amigo 
Bater palmas de alegria 
Uma tarde amena 
Calçar um velho chinelo 
Sentar numa velha poltrona 
Tocar violão para alguém 
Ouvir a chuva no telhado 
Vinho branco 
Bolero de Ravel... 
E muito carinho meu.

MELHORES MOMENTOS 2012










9 de ago. de 2012

GRAMÁTICA COM TEXTOS


9º ano - coordenação e subordinação de períodos

Objetivos Apresentar o período composto;
Analisar as relações de coordenação e subordinação entre períodos;
Analisar as relações semânticas presentes na construção dos períodos compostos.
Conteúdos Período composto;
Relações de coordenação e subordinação;
Relações semânticas em períodos compostos.
Tempo estimado Seis aulas
Desenvolvimento 
1ª etapa Inicie a aula colocando no quadro o silogismo abaixo.

Todo brasileiro é sul-americano.
Todo paulista é brasileiro.
Todo paulista é sul-americano. 

Explique aos alunos que a palavra silogismo vem do verbo syllogízo (em grego) e significa reunir, juntar pelo pensamento, conjeturar. Trata-se de um tipo de raciocínio desenvolvido na Grécia Antiga pelo filósofo Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Parte-se de duas afirmações, chamadas premissas, para chegar a uma conclusão. O exemplo acima começa com uma afirmação geral - Todo brasileiro é sul-americano -, passa por outra mais específica - todo paulista é brasileiro - e chega à conclusão - todo paulista é sul-americano.
Entendido o conceito de silogismo, apresente à moçada o objetivo desta sequência didática: estudar o período composto. Explique que, para isso, é importante relembrar o período simples. Mostre aos alunos que, no silogismo acima, há três períodos simples - cada um com um verbo (ser).

Em seguida, peça que os alunos tentem reescrever o silogismo colocando todas as informações em um único período. Caso perceba que os estudantes estão com dificuldade, proponha que pensem em uma expressão indicativa de hipótese ou condição - sugira o uso dos conectivos se e caso. Dê um tempo para que realizem a atividade e corrija coletivamente no quadro.

Uma possibilidade de redação é a seguinte:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro; logo, todo paulista é sul-americano.
Outra é:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro, todo paulista é sul-americano. 
Durante a correção, mostre aos alunos que a transformação dos três períodos em um ocorreu por meio do acréscimo de palavras como se, e, logo. Explique que esses elementos funcionam como articuladores entre as orações que fazem parte do período composto.

Pergunte se a conclusão (todo paulista é sul-americano) se sustenta ao suprimirmos uma das duas orações indicadoras de condição (se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro). Os estudantes vão notar que não.

2ª etapa Proponha, então, que a turma se organize em duplas e transforme outros dois silogismos em períodos compostos. Desta vez, oriente os alunos para que comecem as frases pela conclusão.

a) Todos homens são mortais.
Sócrates é homem.
Sócrates é mortal.
b) Todo metal dilata com o calor.
A prata é um metal.
A prata dilata com o calor. 

Dê um tempo para que os alunos procurem as respostas e peça que as apresentem. Uma possibilidade de construção é:

a) Sócrates é mortal, já que Sócrates é homem e todo homem é mortal.
Outra é:

b) Sócrates é mortal porque Sócrates é homem e todo homem é mortal.

Deixe claro aos alunos a diferença de sentido entre as duas reescritas. No primeiro caso, trata-se de um período de caráter condicional, em que o locutor cria uma hipótese e a comprova. No segundo, as duas premissas são tomadas como verdades, como dados que embasam o pensamento.

Explique à classe que os articuladores que interligam as orações - porque, já que, logo, se -, representam uma classe de palavras chamada "conjunções".

3ª etapa Escreva no quadro os seguintes períodos compostos:

José saiu e Pedro chegou.
Quando José saiu, Pedro chegou.

Pergunte aos estudantes se os dois períodos possuem o mesmo significado. Conclua com a classe que não. O primeiro possui duas orações interligadas pela conjunção e e sugere a ideia de linearidade: primeiro José saiu e depois Pedro chegou. Já o segundo indica concomitância entre as duas ações. Essa simultaneidade é marcada pela presença da conjunção quando.

Explique, então, a diferença entre períodos compostos por coordenação e por subordinação. Para isso, desmembre as duas orações presentes no item a e pergunte à classe se elas são compreensíveis separadamente. José saiu e Pedro chegou. A moçada vai perceber que sim.

Questione se o mesmo ocorre no item b. Os alunos vão dizer que não. Comente que a oração Quando José saiu é um trecho solto e precisa de complementos para fazer sentido.

Explique à classe que essa característica - possibilidade ou não de existir independentemente do complemento - é usada por vários gramáticos para diferenciar períodos coordenados e subordinados. São chamados períodos compostos por coordenação aqueles em que as orações estão articuladas, mas não há dependência entre elas. O período composto por subordinação, por sua vez, possui orações articuladas, mas com uma relação de dependência.
Para saber mais...
A diferenciação entre período composto por coordenação e por subordinação apresenta vários pontos de discussão entre os gramáticos. Muitos acreditam que também existe dependência nas orações coordenadas.

Não há consenso também sobre as denominações. Para alguns autores, o período subordinado é composto por duas orações distintas - a principal e a subordinada. Para outros, todo o período subordinado representa a oração principal e, dentro dela, está a oração subordinada.

Como as relações estabelecidas pelos períodos compostos são importantes para a estruturação do pensamento e da argumentação, talvez o mais importante, nesse estágio de aprendizado, é dar aos alunos o conhecimento dessas relações. Realize uma problematização compatível com o nível escolar e não insista em aspectos da nomenclatura e classificações minuciosas.

Para se aprofundar sobre o tema, leia o texto A Coordenação e a Subordinação nas Perspectivas Tradicional e Funcionalista: confrontos de Andréa Marques.
4ª etapa Peça que os alunos tragam a gramática para a classe e leia com eles os trechos referentes à coordenação e à subordinação. Veja se a turma apresenta alguma dúvida e explique-a. Em seguida, façam uma breve síntese do conteúdo lido e diga para os alunos anotarem nos cadernos.

Após a escrita dessa síntese, proponha que a moçada classifique as seguintes manchetes - publicadas no jornal Folha de S. Paulo em 03 de novembro de 2010 - em períodos compostos por coordenação ou subordinação.

a) Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários. b) Gal relança obra e prepara novo disco. c) Estudo explica por que ocidental não diferencia rostos orientais. d) Proteína pode ser capaz de destruir células cancerígenas. e) Republicanos ganham força, mas racham.
Para corrigir a tarefa, sublinhe os verbos de cada período e procure identificar com a turma se eles precisam de complemento. Caso julgue interessante, use a gramática como suporte durante a correção.

Em Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários, sublinhe os verbos afirma ecomprou. Ao dividir os períodos, os alunos vão perceber que, sozinha, a primeira oração não possui sentido completo. O verbo afirma pressupõe um complemento - que, no caso, é a oração que corretora comprou dado sigiloso de usuários. Trata-se, portanto, de um período composto por subordinação.

Na manchete Gal relança obra e prepara novo disco, repita o procedimento com a classe. Sublinhe os verbos, divida os períodos e peça que os alunos analisem as frases. Eles vão notar que, nesse caso, nenhum dos verbos precisa de elementos da outra oração para ter seu sentido completo. Trata-se, então, de um período composto por coordenação.

Repita a mesma orientação para analisar as demais manchetes. Quando terminar, comente com a classe que a língua é muito rica e a classificação dos gramáticos nem sempre dá conta dessa riqueza. É por isso que as gramáticas se modificam ao longo do tempo.

5ª etapa Comente com a classe que, embora as gramáticas afirmem que o e é uma conjunção coordenada aditiva, há uma série de exemplos na Língua Portuguesa em que ele aparece associado a ideias bem diferentes da adição.

Em seguida, peça que os alunos se dividam em trios e discutam os possíveis sentidos assumidos pelo conectivo e nos textos publicitários abaixo:

Dê um Boticário no dia das mães e transforme-a numa linda mulher. (Propaganda
para o dia das mães do Boticário, outdoor, Juiz de Fora, abril/2006).

Mude para a Tim e ganhe mais créditos no seu pré-pago (Propaganda Tim, Revista Época, 20 abr 2006)

Não leve trabalho pra casa. Tenha Internet no seu Oi e leia seus e-mails no caminho. (Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)

Voe Azul e dê férias para o seu bolso. (Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)

Dê um tempo para a realização da atividade e corrija-a. Leve os alunos a perceberem que, embora o conectivo e seja comumente associado à ideia de adição, nos casos acima ele remete à ideia de condição e às relações de causalidade. Explique que o vínculo apresentado nessas orações não é de dependência sintática, mas sim da ordem do significado.

As frases Voe Azul / Dê férias para o seu bolso poderiam ser separadas e justapostas sem a presença de conectivos. Há um vínculo implícito entre elas, remetendo ao contexto em que se inserem e ao sentido que as atravessa. Como estamos na dimensão do texto publicitário, mais forte será a sua ação se ele passar como um dado natural e não como uma construção com o objetivo de persuadir o leitor. Assim, se justificaria o camuflamento da subordinação nessas construções.

Levante ainda com os alunos outros usos da conjunção e. Ela pode ser usada com o sentido de adversidade - O menino caiu e não chorou -, com o sentido de conclusão - Chegamos atrasados, perdemos o ônibus e não fomos viajar - entre outros.

Avaliação Proponha que os alunos leiam, em trios, o poema "Eu, etiqueta" de Carlos Drummond de Andrade. Com base na leitura, peça que elaborem um texto publicitário em que o conectivo e seja usado de duas maneiras: como conjunção aditiva - Raul usa blusa da marca X e Ana usa calça da marca Y - e como organizador de períodos com valor de hipótese - Use a marca X, a marca Y e você será feliz.

Os textos publicitários devem ser entregues ao professor e apresentados para a classe na aula seguinte. 
Eu, etiqueta 
Em minha calça está grudado um nome
que não é o meu de batismo ou cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei,
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo
ser pensante, sentinte e solitário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiraram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Para me ostentar assim, tão orgulhoso
e ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Disponível em: acd.ufrj.br/~pead/tema10/perspectivas.html - Acesso em 02 nov 2010
                                                                                                  revistaescola.abril.com.br

Consultoria Conceição Aparecida Bento
Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e professora universitária.